Artigo Profissional

10.02.2025
Por: Dr. Ana Lúcia Nogueira | Ginecologista
Professora Doutora | Presidente da SPGERF - Sociedade Portuguesa de Ginecologia
Estética Regenerativa Funcional
Clínica Sabeanas
No início do meu exercício como Ginecologista, tive uma paciente que me disse nunca ter tido um orgasmo e que não sabia o que isso era, após ouvir a minha explicação retorquiu:
‘Só isso?‘
Pensei que talvez eu é que não soubesse bem o que era.
Por essa altura do meu exercício, um dia no cabeleireiro perto do meu primeiro consultório as mulheres estavam muito empolgadas na sua conversa sobre orgasmos, segundo elas a técnica para os atingir (ensinada pela ginecologista que era eu), mas elas não sabiam portanto esticaram-se, funcionava muito bem.
Então a técnica que estavam a praticar era abrir e fechar as mãos durante o ato sexual.
Depois de pensar bem cheguei à conclusão de que quando eu ensinava os exercícios de Kegel de apertar e relaxar os músculos do pavimento pélvico costumava exemplificar abrindo e fechando as mãos.
Como expliquei que seria melhor para o prazer fazerem esse exercício com os músculos do pavimento pélvico, que o parceiro iria apreciar, no passa palavra, (quem conta um conto acrescenta um ponto) já tinham interiorizado esse apertar e abrir das mãos como uma técnica fantástica, na verdade isso funcionava, pois, em vez de estarem com a mente perdida em variadíssimos pensamentos estavam concentradas em abrir e fechar as mãos.
Respostas Fisiológicas: Durante o orgasmo, há contrações rítmicas dos músculos pélvicos, aumento da frequência cardíaca e liberação de endorfinas e ligeira libertação de fluidos.
Múltiplos Orgasmos: Diferente dos homens, que geralmente precisam de um período de recuperação (período refratário), muitas mulheres podem ter orgasmos múltiplos em sequência.
Vias de Estimulação: O orgasmo pode ser atingido através da estimulação do clitóris, penetração vaginal (embora menos comum), estimulação do ponto G e outras formas de toque ou excitação mental.
Aspecto Psicológico: O desejo, o relaxamento e a segurança emocional são fatores fundamentais para facilitar o orgasmo. Ansiedade, stresse ou preocupações podem dificultá-lo.
O tempo médio para uma mulher atingir o orgasmo é de 8 minutos.
Quando a mulher que consegue atingir facilmente orgasmo vaginal e de preferência em simultâneo com o parceiro é mais fácil haver uma conexão mais profunda, até de dimensão espiritual.
Se houver diminuição de tecido conjuntivo na parede anterior da vagina, a raiz do clitóris que está inserido nessa parede aproximadamente na transição do terço externo com o terço médio, chamado o ponto G, fica muito solta e a mulher tem que andar a procura da melhor posição para conseguir o orgasmo.
A avaliação da qualidade do tecido conjuntivo na parede anterior da vagina avalia-se com um toque vaginal.
Existe forma de colocar o ponto G mais apertado e facilmente estimulado com infiltração de ácido hialurónico por exemplo, que desaparece totalmente ao fim de 6 meses.
Ou com um Laser CO2 fracionado que estimula o crescimento de fibroblastos e neovasos, com espessamento da parede anterior da vagina apertando o ponto G e tornando-o mais facilmente estimulável.
Os fibroblastos são células que produzem elas próprias o colagénio e o ácido hialurónico intrínsecos.
Através de múltiplos estudos em animais e com mulheres efetuando inúmeras biópsias da vagina comprovou-se que com uma sessão por mês, no final de 3 sessões a vagina podia ter aumentado a sua espessura em 3-4 cm.
Este efeito é auto regulado e termina por completo a divisão celular no final de 6 meses.
Sendo este aumento do tecido conjuntivo conseguido pelo próprio corpo da mulher e não por nenhuma infiltração externa, o resultado conseguido mantém-se por toda a vida. Podendo ser necessário alguma sessão de manutenção ao longo dos anos, mas o ganho que teve nunca o perde.