TESTEMUNHO PESSOAL

TESTEMUNHO PESSOAL

 

Por: Cristiana, 39 anos 

 

Nasci no Porto, a cidade mais linda do Mundo, e sou emigrante na Alemanha há 7 anos. 

 

Aos 36 anos fui mãe de um menino que é a minha maior benção, o Rodrigo. 


A maternidade foi sempre um dos meus objetivos, sempre sonhei ser Mãe. 

Um sonho, muitas vezes, adiado porque queria reunir as condições necessárias para viver a maternidade na sua plenitude, com todos os prós e contras que dela advêm. 

Queria ser uma Mãe presente. Não queria ter um filho que passasse mais tempo com os Avós do que com os Pais. 

Eu sou da opinião que os Avós são Fundamentais na vida das crianças, mas queria poder dar ao meu Filho o que considero mais valioso: tempo de qualidade, exemplo e valores. 

 

Na agitação que é a nossa vida, viemos parar à Alemanha e foi aqui que o meu Filho nasceu. 

 

Sou uma pessoa muito positiva, vejo sempre o copo meio cheio, e embora a Emigração não seja um processo fácil, foi sem dúvida o período de maior aprendizagem da minha vida e foi por causa desta aventura que a vida me permitiu realizar sonhos: casar e ser mãe.

 

Hoje consigo ser uma mãe presente, que acompanha, que cuida. 

A nossa única rede de apoio é o infantário, porque estamos longe da família,  o que nos permitiu sermos pais sem muitos “palpites” alheios. Educamos da maneira que achamos mais correta, em todos os sentidos. 

 

E por falar em palpites e/ou julgamentos, neste momento, encontro-me numa situação que é alvo de muito “achismo”. O meu filho tem três anos e meio e eu ainda estou a amamentar. O que, para mim, é maravilhoso.

Já ouvi uma influenciadora portuguesa (bem influente, por sinal) que era da opinião de que não fazia sentido amamentar uma criança já com dentes. Também ouvi de uma médica, com aquele tom de julgamento, que ele ia ter 6 anos e ainda ia estar a mamar.
São comentários e opiniões que não me afetam, porque sou muito segura em relação ao que quero e às minha ideias, mas e aquelas pessoas que não o são?

Aquelas pessoas que se deixam influenciar? O que é que lhes acontece? Provavelmente, mesmo querendo continuar a amamentar, cortam esse vínculo baseando-se naquilo que os outros acham e naquilo que a sociedade acha que tem de ser. Só consigo ter pena. 

 Para mim, ser Mãe, é o papel que me faz sentir mais completa enquanto Mulher e poder ter sido alimento, suplemento e agora conforto para o meu filho ainda me deixa mais realizada.

 Deixo aqui a reposta que dei à referida médica para que possam refletir:

‘enquanto estiver a ser confortável para mim e para ele, que somos as pessoas envolvidas, eu vou continuar a amamentar.’

 Que a sociedade se deixe de estereótipos e que se informe. Acredito que,  mesmo após os 2 anos, o leite materno continua a ter muitas vantagens para o bebé. 

 

Sejam felizes à vossa maneira.